respondendo à hipótese do vazio

se nunca mais repleto o mundo
— dentro em nós, apenas— canta
em cada esquina, cada luz solar, 
inundação no riso, brilho em pele, 
prestes mesmo ao nada exorbitante, 
espelho de conflitos puro, raro
de reflexo, rente de célula a célula  
não mais que grito em cacos, dê 
um passo atrás saindo à sombra
e eis o sol: se agora queima a cútis, 
ou por mera aurora ainda avaro, 
fique. desça a cortina dos olhos, 
a fricção gentil de mão a mão. tão sós, 
nos cumpre sempre descobrir o sol.