O amor nem sempre é uma palavra despida de tudo

Os teus dedos acesos pousados sobre a mesa
lembram-me a calma com que me tiras as botas
quando volto do trabalho sob a chuva

A casa ferve da pureza das tuas mãos
há pão sobre a mesa, os meus filhos correm no quintal
tudo aqui guarda o segredo dos teus dedos
da tua voz levantada como o fogo
que aquece o interior dos templos

Dizes que é tarde e fechas a porta
e lá fora tudo se reveste de uma pele secreta
que poderias tocar

Mas é sobre o meu corpo que
inclinada como as árvores ancoradas à terra
te estendes