A oitava sinfonia de Jean Sibelius

A música, o seu medido passo
e altos voos, é como se nem a ouvissem

Prefiro fazer-lhes a vontade inteira
inspirar-lhes  a surdez até ao fim
e tudo resolver em cinzas
Não será uma sinfonia incompleta
mas literalmente acabada

Só para as aves os trabalhos sublimes
sobre o lago, a visão maior
Eu vou render-me aos trilhos
que o tempo fechou e confundir as mãos
com as folhas agora vazias e perfeitas

Talvez escassa a arte, diziam, mas é esse
o temperamento, apenas água e os
brilhos inquietos do gelo

Bastam-me a casa confortável
o fogo que há-de ser útil, ébrios licores
à volta o mundo inteiro sobressaltando
as janelas, bosques, tremendos
estampidos, preciosos silêncios

É simples, apresso o andamento
desta música, um pouco mais cedo
de si, e tão de mim, alheia

Logo cai o crepúsculo
partem gansos para longe