Café filosófico Para uma ecologia da vontade de potência

O café filosófico de junho (livraria Snob, Lisboa) constitui-se em torno deste livro, mais um sobre Nietzsche, mas um que vale a pena ler. O documento áudio do café contém a parte em que Victor Gonçalves expõe o tema, depois disso há normalmente uma discussão horizontal que dura entre uma e duas horas. Neste caso, elucidou-se o conceito de «vontade de potência, problematizou-se o sentido da terra no Antropocento, fez-se uma genealogia do termo Terra na obra de Nietzsche, mostrou-se que, contra o abstrato e o transcendente, o autor de Assim Falou Zaratustra foi um pensador das «coisas próximas» (alimentação, sociedade, natureza, solidão, sono, educação, humor, tempo, saúde…), defendeu-se que Nietzsche não é em si um proto-ambientalista, mas um crítico da cultura que deseja o regresso do homem, do sobrehomem, à Terra. No final, ficou a ideia de que este autor, lido numa determinada perspetiva, ajuda a criar uma nova fidelidade à Terra, baseada no cuidado com as coisas próximas, num horizonte de crescimento para o homem (tornar-se sobre-homem) e no respeito pela potência do não humano.

O próximo café filosófico será dia 15 de julho, sábado, pelas 16h. Discutiremos, sobretudo a partir de Susane Sontag, o cumprimento um pouco suicidário da arte contemporânea.