Escalas de protagonismo no ronche fort

I

 da última vez, todos nós nos excluímos.  
tudo  
o que poderíamos ter sido é:  
uma onda  
como a água te divide em dois
e as luminâncias
(no meio de uma tempestade) 
e conseguem dizer mas não se sustentam:  
arrastam com sonhos palavras de ordem  
(marcação que eu possa já ter cruzado): 
vocês tentarão descrever sem êxito à que me pareço antes de dizer as cidades com melhor custo benefício de perder os declames
- os oh’s e ah’s os cliques e flashes –  
ficcionalizamos os públicos passando em paredes de aço e em esferas
mas mesmo assim não foram dessa vez alegando perda de algo a falar em genéricos antes da viagem  

II

não volto lá sozinho
não vejo como escovar os dentes todos os dias em outro continente na mesma proporção que se frequenta a bebida local
talvez muitos lugares não me lembre   

III

reclames a formar bolas e esferas com a língua.  
uma praia emporcalhada de turistas - 
à disfarce nativo e belo.  
os dentes  
essa barreira à brecar tudo  
trouxas dedos a física da língua
este braço fazendo movimento de cisne a toda uma unidade de extensão dos pés direitos das calhas*:  
o que seríamos sem o estorvo? 
(quando coloca as palavras em seleção
prefere um desenho de indicadores
acham que tem uma distinção  
um fungo na “rivera” 
constante deslocamento que não deixa prestar atenção no que não seja enquadramentos)  

IV

ela  
já esteve procurando também um apartamento  
um emprego  
uma tautologia
(mais guinada à quiromancia
a descobrir as linhas das digitais no registro geral  
-também é ele
uma quiromancia impondo coisas) 
o beco não é essa coisa que se mira e se chega com as mãos  
algumas ferramentas de luz não encarnamos.  

-  

*as senhoras podem ver de engate à emplastro
sondas marinhas juntando grama
noturno chã ou furão de ferro
ceifas britadeiras quedas de temperatura
tudo da mesma maneira untando as mãos  
nós íamos  
e agora não vamos mais  
levando em consideração os joelhos e as colunas fechando círculos
bolsões de sonos  
a corda que fica suspensa partindo uma série de considerações sempre aos despejos:  
chuvas fazendo anatomia de mapas
quedas no armazém retendo
algumas formas de vida
algumas formas de empacotamento
mãos cerrando calhas  
mãos fazendo teto
mãos à procura das luzes em busca do contentamento
as senhoras poderão se alojar no lugar menos possível
algumas ferramentas de luz não encarnamos