O Porto de Naxos
/Podíamos ter atravessado a terra 
sem nos conhecermos nunca
Erguido uma casa 
aberto um filho, um sopro
que levantasse como o milho
e atravessasse a cintura 
de um rio para as nossas mãos 
Ter pousado o corpo exausto
como nas cordas respiram as aves
a roupa batida ao sol, a criança
que atravessa o centro do pai fugido 
Podíamos ter aberto sulcos e
sobre a terra tirado do fundo de nós 
uma luz que nos seguisse
e diariamente recomeçado a tristeza 

 
                     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
      
      
    
  
  
    
    
     
                 
                 
                 
                