Gostava de ir à Grécia

Livaniana fica na Grécia
no árido das montanhas,
o caminho onírico dos nenúfares
enfrenta a terra quente, isolada
como um útero, o acelerador
de partículas sob a foice da lua.
Imagino os gregos de coroas
de estrelas em lugares
onde as abelhas conectam
com o pólen.
Correm mulheres
pelas veias do Verão,
a diástole do corpo verbo,
o azul nos olhos,
bocas em forma de ilha –
as estrias vermelhas
da história.
Escuto as ninfas gregas,
reparo as trajectórias, saltos
de vibração laranja,
explosão invisível
entre as pernas,
o pássaro de fogo.
Solto
voo
e desejo se confundem.
De novo a tragédia grega.