As águas-rubis

Naquela noite dormi ao lado dele, que me voltou em sonho.  
Relatou-me a estranheza de sentir  
a queda livre no Abismo.  
Eu sabia que ele tomara o bote, aquele  
que navega as águas-rubis abaixo,  
as veias afora,  
o caleidoscópio das emoções desconhecidas.  
Sei que ele sabia ser tempo  
de encarar o precipício:  
não olhar para trás, não temer quebrar o pescoço.  
Luzes afora, a ciranda de rosas acesas adentrando o Círculo Mágico.  

Havia Apolo em seus olhos, e Zeus em minha respiração.