Gente louca

“O crime perfeito existe.“

           - Edgar Allan Poe

 

“Alfred, let’s go Shooping”

             - Bruce Wayne

“Misturo, logo existo!”

Terá dito o velho Senhor da

antiga e velha Casa Senhorial, aquele que

gritava nas noites mais frias do ano.

Um pé de Orquídea,

entre brancas Margaridas,

pontuava o altar da sala escura,

carregada de pesados veludos vermelhos,

carcomidas cadeiras de estofo verde-garrafa

e muitos, muitos quadros de pouca, ou

nenhuma, importância.

Aos pés da mesa central,

a espessa e redonda carpete ouvia as vozes

dos convidados:

um anarquista, um religioso imoral,

um fala-barato, o dito Senhor,

um cocheiro louco e

um poeta.

 

Ao entrar na sala, a esposa, com a

Aguardente, por pouco não

entornava a grande coluna,

sobre a qual assentava o escondido

Segredo. Balançado o altar,

o crime foi assim revelado:

um pergaminho revestido com cromos

da Seleção Nacional de 2016 e

do Batman de 1989.

O poeta só teve tempo para

arregalar o olho e dizer:

(para espanto de todos)

“Gente louca, Vou-me embora!”.

Barbara Stronger (sem acento!)

 

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