César Vallejo, XIII

tradução de João Moita

Penso no teu sexo.
Simplificado o coração, penso no teu sexo,
ante a madura virilha do dia.
Apalpo o rebento da dita, está no ponto.
E morre um sentimento antigo
de degenerado siso.

Penso no teu sexo, sulco mais prolífico
e harmonioso que o ventre da sombra,
ainda que a morte conceba e germine
do próprio Deus.
Oh consciência,
penso, sim, no bruto livre
que goza onde quer, onde pode.

Oh escândalo de mel dos crepúsculos.
Oh estrondo mudo.

Odumodnortse!

 

César Vallejo, Trilce, 1922.

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